Quando aos 5 anos de idade, na sala de aula, um colega sentou na cadeira que eu sempre sentava e eu, frustrado sentei na cadeira de trás e sem mais forças pra nada, desabei a chorar, afinal era a minha cadeira; quando aos meus 14 anos eu ganhei de presente de aniversário um MP3 player e por mais que eu tentasse não pular de tanta felicidade, não consegui; Como quando pela primeira vez minha mãe perguntou 'você é gay?', eu teria caído se não estivesse sentado; Como quando vim pra Porto Alegre e na sala de espera antes do voo recebo uma sms do meu incontestável mais longo e melhor amigo com palavras que me fizeram perceber o quão distante eu ficaria dele depois de entrar naquele avião e, como se isso não bastasse, atendi à sua ligação pra ouvir aquele silêncio fúnebre que se instala quando alguém está se tentando desesperadamente engolir as lágrimas que lhe saem dos olhos.
Então eu me pergunto: é mesmo possível alguém controlar seus sentimentos? Agora mesmo, antes de escrever esse texto, eu estava remoendo alguns; ouvindo músicas que outrora me fizeram chorar, e que hoje me estimulam fazer o mesmo. E, por mais dualista que seja o meu comportamento, eu não estava nem um pouco disposto a sorrir. Até ver um recado deixado pra mim por uma amiga. Um certo alguém que não faz muito eu conheci e que hoje me encanta com toda a sua vivacidade. Então pus-me a ler tal recado. E então, ao som de Who You Are, interpretada pela Jessie J. eu enchi meus olhos de lágrimas ao mesmo tempo que dava o mais descontrolado sorriso que eu sou capaz de dar. Portanto eu me pergunto mais uma vez: é mesmo possível alguém controlar seus sentimentos? Estou cada vez mais convencido de que não.
texto dedicado à .Fernada Subtil,
que consegue me fazer mais legal a cada dia