Eu estava disposta em seguir em frente e não me apegar tanto ao passado. Você me fez pensar em um futuro, não tão distante e a gostar disso. Eu me tornei – relativamente – mais disposta a viver e aceitar o mundo como ele sempre foi. Ferindo-me, me divertindo e até lembrando momentos ruins com um sorriso nos lábios. Eu te amava e tudo ficaria bem. Assim como você repetia todo tempo. Pequenas bobagens, não é?
Quando você se foi para outro país, para o mais longe possível, dizendo querer me salvar, não te culpei, não quis te guardar em mim. Pois eu escolhi seguir em frente. Sem você. Mas aquilo que senti e que sinto nunca me deixou e eu vivi com todo esse sentimento, de amor e de perda, dentro de mim. E o que mais machuca amor, é que agora você se foi pra algum lugar onde não posso te trazer de volta. Não posso mais me agarrar à esperança ou nesse amor que ainda ouso sentir.
Não vou mais te sentir de longe, não vou mais seguir sem você. Você não vai mais continuar. Nem sozinho nem mesmo comigo. Peguei o que existia de nós e guardei, como um pedacinho de papel dentro de um caixa enorme. Sozinho. Lá dentro do meu coração. Antes despedaçado, agora destruído. Sem concerto algum. E ainda não te culpo por ter me deixado antes, nem por ter deixado agora, levado pela morte, pois eu sei que morreria de amor. Sei que você não poderia me salvar, quando eu não queria ser salva. Só me resta aceitar os fatos. Eu não tenho mais você.
Para o projeto Bloìnquês.
Para o projeto Bloìnquês.