quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Última canção de amor.



 Eu estava disposta em seguir em frente e não me apegar tanto ao passado. Você me fez pensar em um futuro, não tão distante e a gostar disso. Eu me tornei – relativamente – mais disposta a viver e aceitar o mundo como ele sempre foi. Ferindo-me, me divertindo e até lembrando momentos ruins com um sorriso nos lábios. Eu te amava e tudo ficaria bem. Assim como você repetia todo tempo. Pequenas bobagens, não é?

 Quando você se foi para outro país, para o mais longe possível, dizendo querer me salvar, não te culpei, não quis te guardar em mim. Pois eu escolhi seguir em frente. Sem você. Mas aquilo que senti e que sinto nunca me deixou e eu vivi com todo esse sentimento, de amor e de perda, dentro de mim. E o que mais machuca amor, é que agora você se foi pra algum lugar onde não posso te trazer de volta. Não posso mais me agarrar à esperança ou nesse amor que ainda ouso sentir.

 Não vou mais te sentir de longe, não vou mais seguir sem você. Você não vai mais continuar. Nem sozinho nem mesmo comigo. Peguei o que existia de nós e guardei, como um pedacinho de papel dentro de um caixa enorme. Sozinho. Lá dentro do meu coração. Antes despedaçado, agora destruído. Sem concerto algum. E ainda não te culpo por ter me deixado antes, nem por ter deixado agora, levado pela morte, pois eu sei que morreria de amor. Sei que você não poderia me salvar, quando eu não queria ser salva. Só me resta aceitar os fatos. Eu não tenho mais você.

Para o projeto Bloìnquês.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Goodbye, my hopeless dream.

R.
 Há muitos dias eu tive essa vontade meio absurda de lhe escrever. Não tenho mais tempo para me perder em pensamentos, ou mesmo para lhe dedicar algumas de minhas lágrimas e silêncio. Por isso lhe escrevo. Numa tentativa meio perdida de me mostrar totalmente e te sentir um pouquinho mais perto de meus braços. Abraços. Pois não quero ir atrás de você, não quero lhe ver ou sentir o seu cheiro. Não agora. Não nunca.
 Eu sinto que lhe entreguei o meu pedaço bom e agora você se perdeu com ele. E eu olho pra minhas mãos e as sinto quentes, como se você as carregasse consigo. Entre seus dedos. Elas queimam e meu coração arde. Arde não de dor, mas de saudade. Saudade que sinto e que não reclamo por sentir, pois é apenas mais uma das partes que eu tenho de você. As que estão comigo e as que lhe dei. Assim, como se eu não pudesse ficar vazia ou mesmo sozinha. Sem mim, na maioria do tempo.
 Então vai ser assim, kiindumus*. Você ai e eu aqui, bem longe de você. Por mais que eu lhe queira, por mais que eu ainda me lembre de cada minuto ao seu lado. É mais fácil e menos dolorido. Então, mais uma vez, vai ser assim. Eu lhe perdôo. Por tudo. Perdôo-lhe por ter entrado na minha vida. Perdôo-lhe por ter me feito sorrir e até mesmo a dar gargalhadas. Perdôo-lhe por ter me abraçado e por ter me feito promessas que nunca chegou a cumprir. Perdôo-lhe por ter me mostrado quem você era, de todas as formas e por ter sido tão sincero quando dizia que precisava de mim.
 Eu não devia, mas eu lhe perdôo por ter me feito lhe amar, tão desesperadamente e desaparecido, com mais uma promessa não cumprida. Arrependo-me por – ainda – precisar tanto de você, mas é a única maneira que eu encontrei para continuar aqui. Não quero que você volte. Já me acostumei com o vazio. Ser preenchida seria, muito, demais pra mim.

Não caibo mais oma südames**.

T.

Should I known you'd bring me heartache?
Almost Lover - A fine frenzy

 * carinho.
** em seu coração. 

Para o projeto Bloínquês.