terça-feira, 13 de setembro de 2011

I Don't Believe You

Apenas não olhe mais para mim. Se será fácil ou difícil, não me importa, mas não me olhe mais. É perturbador! É como se uma onda de gelo me invadisse o corpo e então me paralisa. Eu fico sem reações.
Eu me enganei. Não sei o que deveria dizer agora, mas o simples fato de ter errado mais uma vez não deixa a minha cabeça. Talvez eu deva pedir desculpas, afinal, tratava-se de você, por mais que disso você não soubesse – nem nunca saberá. Eu me enganei e agora estou sofrendo as conseqüências do meu erro. Mas sabe?, o pior de tudo é que eu poderia ter evitado. Eu fui avisado. Eu me avisei, eu me preveni, e pior... você me avisou. Mas tem horas que não há lugar para razão, não é mesmo? O problema é que é nessas horas que eu acabo me perdendo. E agora eu estou aqui, apertando os meus olhos encharcados de lágrimas para poder enxergar o que eu escrevo.
Mas afinal, o que eu escrevo? Para que ou quem, eu escrevo? Acho que eu tinha me esquecido do peso das minhas palavras. Durante todo esse tempo que você monopolizou a minha cabeça, eu me esqueci do poder que as palavras têm; logo eu que sempre as tive como companheiras fiéis. 

É tão suave o rolar de uma lágrima. 

Da primeira vez, eu senti frio. Frio e uma dúvida possessa. Agora, sem essa dúvida - e eu me sinto bem melhor assim - sinto frio, bocejo um sono que não quero dormir e peço profundamente que me chegue o final de semana. Assim, eu poderei respirar e sorrir, talvez, aquele mesmo sorriso de sempre: aparente e feliz.
Eu só não posso negar o quão foi bonito ver teus olhos brilharem e tua voz tremer com aquele certo medo de quem não sabe o que fazer. Aquele medo de primeiro dia de escola. Aquele medo de primeira paixão. E eu não sei como vai ser, afinal. Só não quero que você me peça para te olhar como sempre olhei antes, pois disso eu não serei capaz.

Outro dia ouvi dizer que é doce sabor das lágrimas. Mas que grande tolice! Até então elas só têm me mostrado seu lado amargo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pai.

A primeira palavra que tenho a te dizer é carinho, pai. Pois todas às vezes que precisei de atenção ou repreensão, foi isto o que recebi. Obrigada, pai. Ainda que sem todas as palavras necessárias, aprendi cada lição que me ensinou. Queria que me pudesse ver agora, pai. Perdi toda aquela postura de criança que conheceu. Eu não tenho mais esperanças, pai.  As coisas são como devem ser. Eu envelheci, pai. As rugas expressam o pranto que tiveram meus olhos. Perdi também o dom da crença, pai. Não acredito mais em anjos, nem mesmo nas pessoas. Tem um medo enorme aqui, pai. Perco noites de sono olhando para o escuro. Às vezes eu não quero mais fugir, pai. Fico tentando acreditar que sou forte e que tenho, sim, o direito de estar aqui, nesta vida. Sua proteção me faz falta, pai. Talvez com ela eu não tivesse me tornado tão frio. Eu amo você, pai. Todos os dias com a sua ausência são empurrados. São como alfinetes nas pontas dos dedos. Eu não queria chorar, pai. Mas te ver acabando com a sua vida, e a minha, foi devastador. Você pode me ouvir, pai? De todos, eu só queria aquele “tudo vai acabar bem” vindo de você. Eu sempre lhe acreditei, pai. Até quanto mentia, as palavras se transformavam em verdades inabaláveis. Você foi meu herói, pai. Ainda que parecendo – e sendo – o vilão na maioria das vezes. Desculpe bagunçar sua vida, pai. Sei que fui uma pessoa difícil. Não tenho mais ninguém, pai. Fui ficando sozinho no decorrer dos anos. Sinto tanto a sua falta, pai. Não vou a parques desde quando você me levou a um. Eu te perdôo, pai. Por não ter sido tão bom ou tão correto como esperei que fosse. Eu amo muito você, pai. E não importa o quão imperfeito foi nosso relacionamento pai e filho. Já é tarde, pai. Espero que a noite não seja tão longa e que a sua ausência não tome conta dos meus dias. Durma com os anjos, pai. Eles não existem, mas você ainda não sabe disso. Vou seguir em frente, pai. Carregarei todos os dias de mágoa e alegria na minha memória. Eu sempre te perdoei, pai...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Velha Infância

Foi a sensação mais doce que eu pude sentir nos últimos muitos anos. Foi como se não pudesse ter sido diferente; e com a naturalidade daquilo de que se tem certeza, eu me vi completar em mim o espaço que há tanto vem me atormentando por ser completado. E eu que pensei que fosse ser tão mais difícil - e pensando bem, seria se a tal última peça não se encaixasse tão perfeitamente no espaço à ela reservado. Eu me sentia tão seguro, que tinha a certeza de que nada que viesse a acontecer conseguiria desprender aquela peça do seu lugar e eu ficaria ali: completo e feliz.


E assim estive até me dar conta de que não estava tudo tão bem assim. Me sentia tão seguro que só consegui perceber que ela, a minha peça, não estava mais ali quando olhei para os lados e não encontrei mais o alvo do meu sorriso. Só pude perceber que eu havia perdido a minha tão preciosa peça quando eu tentava senti-la e tudo o que eu conseguia ter eram suas lembranças. Desde então eu me pego pensando - seja acordado, seja dormindo - em por onde andará o motivo da minha plenitude. Onde andará que não recebe o meu calor? Que não recebe meu carinho nem minha atenção? Onde andará que não recebe o meu amor? 


Tenho vivido, pois, assim: na esperança de um dia poder reencontrá-la e tê-la  unicamente para completar-me. Ate lá me desmancho às suas lembranças e à sua voz no telefone. E isso continua sendo a sensação mais doce que eu pude sentir nos últimos muitos anos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Vai passar.

Fazia algum tempo desde a vez que a vi passar por aquela rua. Frienta, retraída em seus braços finos, com um casaco que não cobria nada. Ela me olhou e me reconheceu de outros olhares, de outros encontros por esta mesma rua. Não falei nada, como de costume, mas percebi que ela tinha um olhar vazio, como se dissesse “Vêm, me proteja, agora. Por favor...”
Reparei no seu corpo esguio, no seu caminhar latente, nas suas bochechas róseas devido ao frio. Quase pude sentir a dor que a roia por dentro que lhe rasgava as entranhas. Até me arrepiei. E ela continuou caminhando, de cabeça erguida, como se isso pudesse lhe salvar, diminuir o que estava sentindo.
Deu vontade de pará-la, de acomodá-la em meu peito, entre meus braços e dizer que tudo iria ficar bem que agora eu a protegeria, aqueceria. Mas não o fiz. Deixei-a ir como se não me afetasse, como se me bastasse toda essa distância pequena que existia entre nós. Como se este sentimento sem palavras que foi crescendo em meu peito fosse impuro diante daquela beleza e fragilidade exorbitantes.

Alguém a salvaria quando sua própria dor não o cegasse diante da dor dos outros.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Feliz Aniversário

"E no meio de tanta gente eu encontrei você
Entre tanta gente chata sem nenhuma graça, você veio"


Há uma semana eu já vinha me alertando da dificuldade desta tarefa. Eu já sabia o quão árdua seria desde que me propus a fazê-la e numa condição de definitivamente não poder adiá-la por ainda mais tempo, estou aqui escrevendo e digladiando-me com minha razão, que ainda insiste em ser contrária a tudo isso. Acontece que há muito os meus suspiros são direcionados a uma única pessoa; e que eu já me cansei de ficar suspirando pela penumbra de seus movimentos e de não poder protagonizar nada mais daquilo que insiste em acompanhar cada um dos meus sonhos. Pra ser mais claro, eu estou perdido e completamente apaixonado por cada defeito seu que eu ainda nem encontrei, afinal, como diz uma poesia que eu duramente tento decorar, "cego ando eu há muito por te amar".

Devo confessar que, com uma certa ajuda da distância, por um determinado tempo eu consegui esquecer uma parte de tudo isso, mas que bastaram algumas notas cantadas na companhia de um violão pra que eu trouxesse à tona tudo o que por uns dois meses eu acreditei ter esquecido. Doce ilusão, já que estou aqui de novo ouvindo músicas que me fazem lembrar você e escrevendo o que era pra ser desde o início um texto de feliz aniversário; mas parece que eu falhei neste último. O único problema de toda essa história é que eu não sei o que esperar como resposta. Quer dizer, não sei nem se devo esperar alguma coisa como resposta, afinal, tenho medo de que minha mente, sempre muito criativa, tenha apenas me implantado algumas várias impressões de você que no final das contas não são reais e então eu me pergunto: "o que fazer?" O que fazer se de repente você simplesmente me ignorar pelo resto da nossa inevitável convivência? Se você me disser que não tem como fazer nada por mim e me pedir pra esquecer - sem saber que isso eu já tentei fazer por uma centena de vezes? O que fazer se por fim você me olhar, der aquele seu meio sorriso que tanto me fez suspirar, segurar minha mão e disser que não via a hora de eu abrir o jogo pra poder finalmente me dar um abraço como aquele com que eu tanto sonhei?

Bom, quanto a esta última, basta-me dormir pra conseguir a resposta.




"E podia estar tudo agora dando errado pra mim
Mas com você dá certo"

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Feel the sunlight

É engraçado como, depois de tanto tempo carregando nas costas uma carga emocional tão insuportavelmente pesada, eu me vejo agora sentado em um banco no corredor, ouvindo músicas que me trazem a mente cenas de por-do-sol na praia, e tenho meus ombros completamente relaxados. É como se por um breve momento eu conseguisse emergir de um mar que por meses me afogava a minha cabeça sem fôlego. E agora eu consigo respirar. E não só consigo respirar como me sinto respirar: e essa sensação é incrivelmente relaxante. E relaxar é exatamente o que eu estava precisando fazer.


Sinto vontade de simplesmente fechar os olhos e sentir a vida. Sentí-la como nunca antes eu me retive a fazer. Sentí-la apenas por sentir. Sem objeções, sem aversões ou oposições. Tenho vontade de deixar-me fluir. Tal qual uma certa nuvem que eu consigo observar exatamente agora, fluindo solitária; mas fluindo. Tal qual o meu sorriso que timidamente insiste em se desenhar em meu rosto mesmo sabendo que eu não gosto dele. Mas como eu disse antes, não é hora para objeções. Vou ficar, portanto, por aqui. Ou por ali, não sei. Vou observar o movimento das sobras, e ouvir o barulho do vento enquanto flui. É. Flui. Simplesmente, flui. Assim como o meu sorriso teimoso.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Descoberta do Amor

trecho do texto A Descoberta do Amor, por Thomas Victor Maciel.

[...]

Sabe quando se perde um amor? Será mesmo que sabia eu o que era perder um amor? Mas me parecia tão simples. Não, não era. Perder um amor não é como perder um pé de meia ou o caminho de casa. Bom, isso eu já sabia, mas ainda me martelava a pergunta-chave: o que era perder um amor? Recostei-me a um banco qualquer por onde estava e pus-me a pensar, a imaginar, a lembrar. A solidão bafejou suavemente em meu peito. Lembranças. Lembranças do que não tive, e ainda sob a deplorável condição de não ter, havia perdido. Era esta a pior parte. Diferente de perder o já se possui, perder o que não se possui tem um sabor extra de amargor, afinal, quem perde o que já tinha, pelo menos pôde usufruir disto, e desta forma, ser feliz em suas boas lembranças. Mas tristes aqueles que perdem o que nem mesmo chegaram a ganhar. Duas tristezas: a de deixar de conseguir e a de perder o que ganharia. Mas o que ganharia? Amor. Amor?

Sabe quando se perde um amor? 

[...]

dedicado à Tarsila Vieceli,
que conseguiu me convencer de que realmente gostou do texto : )

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A hora certa.

Dedicado a Thomas Victor, meu tommy tommy.

Eu nunca fui daquelas pessoas que procuram amizades e que fazem de tudo para ser rodeada de amigos. Também nunca me esforcei muito para manter esses amigos por perto, apesar de tudo. Acho que tenho essa mania de deixá-los decidir se ficam ou não, se fazem parte ou não da minha vida. Dificil, verdade? Não ter certeza de quem realmente te acha importante ou quem te dá o devido valor... Mas, ainda sendo uma das pessoas mais possessivas do mundo, sei que ninguém gosta de se sentir preso a ninguém sem vontade. E se sentir sufocado só provoca a distância e isso doeria mais do que os perder, ainda que eu não os tenha tido.
Como eu posso dizer ‘eu te amo’ para uma pessoa que eu não conheço? Como considerar uma pessoa tão especial, sem nem mesmo saber qual é seu sabor de sorvete preferido? Eu não sei, não me pergunte. Mas eu posso. Posso pensar nessa pessoa, posso escrever, posso sorrir, posso gastar 5463146 sms’s por dia, enchendo sua caixa de entrada... E sei que guardaria, como já o fiz, cada palavra, cada conversa e até mesmo um cartão todo fofo que me chegou pelo correio – que eu não respondi, mas que irei.
De todos, você é quem eu menos conheço, pessoalmente falando. Eu não sei o nome do seu cachorro (se é que você tem um. Gato, talvez?), nem do seu lugar preferido. Não sei se você é alérgico há algo ou se seu travesseiro preferido tem um nome especial. Não sei muito do seu gosto musical nem saberia dizer o que você tem mania de repetir. É verdade, poderia até mesmo te chamar de desconhecido. E de tudo, é o que me faz sentir o que sinto. Sentir essa saudade enorme e uma vontade de dizer “tommy tommy”. Por que eu sei que te conheço de alguma maneira. Sei que tem um pedacinho de você aqui comigo e acho que é o suficiente. Eu não preciso saber tudo, nem tanto, de você.
Eu só sei que você é importante e que contraditoriamente, só você tentaria escrever um texto com amor, sem querer demonstrar amor. Me faz sorrir.


Obrigada por todas as palavras. Dedicadas ou não para mim.
Amo muito você, tommy.



quinta-feira, 17 de março de 2011

Don't lose who you are

É impressionante a dificuldade de controlar os sentimentos. E eu posso sim dizer isso porque durante toda a minha não tão longa vida tentei fazer isso. Inúmeras vezes fiz isso com sucesso, mas, quando se trata de situações - não sei se 'importantes' seria a palavra correta - mas quando se trata de algo intenso, de algo pesado, sinto dizer, não é possível. E eu cito exemplos, praqueles que não acreditam:

Quando aos 5 anos de idade, na sala de aula, um colega sentou na cadeira que eu sempre sentava e eu, frustrado sentei na cadeira de trás e sem mais forças pra nada, desabei a chorar, afinal era a minha cadeira; quando aos meus 14 anos eu ganhei de presente de aniversário um MP3 player e por mais que eu tentasse não pular de tanta felicidade, não consegui; Como quando pela primeira vez minha mãe perguntou 'você é gay?', eu teria caído se não estivesse sentado; Como quando vim pra Porto Alegre e na sala de espera antes do voo recebo uma sms do meu incontestável mais longo e melhor amigo com palavras que me fizeram perceber o quão distante eu ficaria dele depois de entrar naquele avião e, como se isso não bastasse, atendi à sua ligação pra ouvir aquele silêncio fúnebre que se instala quando alguém está se tentando desesperadamente engolir as lágrimas que lhe saem dos olhos.

Então eu me pergunto: é mesmo possível alguém controlar seus sentimentos? Agora mesmo, antes de escrever esse texto, eu estava remoendo alguns; ouvindo músicas que outrora me fizeram chorar, e que hoje me estimulam fazer o mesmo. E, por mais dualista que seja o meu comportamento, eu não estava nem um pouco disposto a sorrir. Até ver um recado deixado pra mim por uma amiga. Um certo alguém que não faz muito eu conheci e que hoje me encanta com toda a sua vivacidade. Então pus-me a ler tal recado. E então, ao som de Who You Are, interpretada pela Jessie J. eu enchi meus olhos de lágrimas ao mesmo tempo que dava o mais descontrolado sorriso que eu sou capaz de dar. Portanto eu me pergunto mais uma vez: é mesmo possível alguém controlar seus sentimentos? Estou cada vez mais convencido de que não.

texto dedicado à .Fernada Subtil, 
que consegue me fazer mais legal a cada dia

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Check-in

O problema é que ninguém me avisou que uma segunda despedida pudesse ser tão pior do que a primeira. Não que eu queira que tudo em minha vida seja premeditado, mas é que pra algumas coisas é preciso estar preparado - e por mais que eu me diga forte, eu não estava preparado pra este segundo adeus. Estou mais nervoso, mais ansioso, mais saudoso; enfim, mais emocionado. Não sei se por conta dos últimos dias que passei. Últimos maravilhosos dias que me deram um leque de emoções a sentir. Nestes último dias eu pude rir, pude me estressar, me irritar, me angustiar, me deprimir, mas tudo isso só serviu pra rechear tudo o que eu tô sentindo agora.

E é nessa mistura que sentidos e emoções que eu agradeço a quem esteve comigo. À minha família, que fez questão de me tratar como se eu nunca tivesse passado um ano fora de casa e me fez sentir a mesma pessoa normal sahusahush' - e minha esperança de ser mimado se esvaiu desde o segundo dia que voltei pra casa. E agradecer ainda, e principalmente aos meus amigos, com quem eu partilho tudo o de melhor que eu já pude um dia viver. E diferente da primeira vez, nessa minha segunda partida eu já sei o que me espera e na condição de saber o que me espera eu me desespero ainda mais. Sei que estou preparado pra chorar na hora que a saudade bater e quando me lembrar dos emoticons usados no meio das conversas faladas [ leila1 pra vocês <3 ] Sei que estou pronto pra ligar pra cada um e simplesmente dizer que amo e que sinto falta. Sei que vou poder contar com o apoio e com o abraço imaginário de conforto. Mas o que eu queria mesmo era não ter que deixá-los mais uma vez. Por que sei que além de mim, a tristeza da saudade vai chegar a cada um e eu não sei se eles estão tão preparados quanto eu. Mas por cima disso, eu só peço que riam a cada lembrança minha, porque onde quer que eu esteja eu estarei também rindo enlouquecidamente. Vou sentir ainda mais saudades de vocês, meus amigos. Cada um no seu tempo, cada um na sua intensidade, mas não esquecerei nenhum, mesmo que a minha memória extremamente seletiva se atreva a nao lembrar. Amo todos voces.

Thomas, já ansioso pela volta.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Ainda.


Ando pensando em tudo. Pensando em como pude ter encontrado alguém como você. Mas não era como você, mesmo se parecendo. Não tinha o que me falta, o que você levou. Então por que eu sempre procuro? Talvez por insegurança. Medo de não encontrar alguém que me preencha novamente. Alguém que fique por perto, sem que eu tenha que fazer algo. Por que eu já me cansei, amor. Cansei-me de ter que falar, sentir, pensar... Cansei até mesmo de procurar. Se eu não procuro, não acho. Se não acho, continuo vazia... Mas e agora? E os meus medos, como ficam se me sinto tão cansada? Ainda tenho uma esperança mórbida de que me achem, de que falem e sintam, sem que eu tenha que me esforçar. E sei que o que eu quero é demasiado, mas já não tenho forças. Já não sei se me sentiria tão bem sendo o que eu era. Por você. Agora para qualquer outra pessoa... E amor, não pense que quero que você volte. Então apenas fiquei ai, onde quer que esteja. Apenas me deixe continuar respirando, por que eu não sei se vou ter força de vontade para continuar. De tentar me importar com quem merece ou mesmo me importar com quem me faz bem. Não sei se ainda posso ser reconstruída. Por isso eu só fecho os olhos e respiro. Numa tentativa forçada para dizer aos outros que estou bem, por que eu estou mesmo. Bem demais. Bem melhor do que pensei que estaria. E agora, já não me resta muito que fazer quando não farei o que é preciso, para mim. Ainda me sobra ar. Ainda me faltam pedaços. Só. Ainda...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Por você.


Eu lhe disse. No começo, lhe disse que estaria sempre aqui. Por você. Não fiz escolhas incertas, não errei em ficar ou em correr atrás de você. Você errou. Não soube aproveitar tudo que tinha pra lhe dar. Eu tentei ser melhor, eu fui melhor. Por você. Eu lhe sorri, lhe contei histórias e consegui lhe deixar feliz, ao menos na maioria das vezes. Não fiz tudo certo também, mas melhores amigos também erram verdade? Eu concertei meus erros. Por você. Por mim. Você continua errando e não se importando. Sinceramente? Você é a melhor pessoa. A pessoa mais maravilhosa do meu mundo. E disse que sempre correria atrás de você, por que eu te amo. Minha vida sem você é o que? Um nada? Clichê. Minha vida sem você seria a mesma coisa. Talvez mais vazia do que costuma ser... Mas eu não sou de desistir, sabe. Não sou de insistir também, mas eu tenho muito de orgulho e de determinação aqui. Por isso me calo. Fiz minha parte e agora é sua vez. Vai se agarrar a essa chance? Vai ser você, a pessoa que segurará o outro lado da corda? Eu posso ser a pessoa mais fria do mundo, a que não importa muito, a que - às vezes - lhe dá o pior lado dela, mas essa pessoa ainda tem sua cota de sorrisos e esperança. Se você decidir parar de errar e correr atrás agora, se eu for tão importante para você, como você é para mim, ainda posso começar a ser ainda melhor. Por você. E por todos esses anos que lhe confiei e em que lhe feri com todas aquelas palavras sinceras, quando você precisava ouvir uma mentira para se sentir bem. Por que a verdade nem sempre vale à pena, não é? Se eu não lhe conhecesse tanto, eu até poderia acreditar em todas as vezes que me disse que estava bem, mas você vê? Apesar da ausência de palavras, sempre lhe conheci verdadeiramente. Como ninguém. E eu não sinto raiva ou ódio. Não estou nem mesmo magoada com você. Só espero que saiba o que fazer, pois eu não vou mais lhe gritar. Não vou dizer que estou respirando ou que eu sinto sua falta. Mesmo sentindo e morrendo aos poucos sem os pedaços de você. Eu vou ser inerte. Sólida. Sem rachaduras ou comportamentos exagerados. Você já sabe que eu não preciso me importar. E eu não quero me importar. Só seja o que eu conheci. Só seja o que eu sempre esperei que você fosse. Por você, não por mim. Não por nós.

Sempre será meu melhor amigo. Do passado, presente e - se você quiser -  do futuro.