terça-feira, 31 de maio de 2011

Feliz Aniversário

"E no meio de tanta gente eu encontrei você
Entre tanta gente chata sem nenhuma graça, você veio"


Há uma semana eu já vinha me alertando da dificuldade desta tarefa. Eu já sabia o quão árdua seria desde que me propus a fazê-la e numa condição de definitivamente não poder adiá-la por ainda mais tempo, estou aqui escrevendo e digladiando-me com minha razão, que ainda insiste em ser contrária a tudo isso. Acontece que há muito os meus suspiros são direcionados a uma única pessoa; e que eu já me cansei de ficar suspirando pela penumbra de seus movimentos e de não poder protagonizar nada mais daquilo que insiste em acompanhar cada um dos meus sonhos. Pra ser mais claro, eu estou perdido e completamente apaixonado por cada defeito seu que eu ainda nem encontrei, afinal, como diz uma poesia que eu duramente tento decorar, "cego ando eu há muito por te amar".

Devo confessar que, com uma certa ajuda da distância, por um determinado tempo eu consegui esquecer uma parte de tudo isso, mas que bastaram algumas notas cantadas na companhia de um violão pra que eu trouxesse à tona tudo o que por uns dois meses eu acreditei ter esquecido. Doce ilusão, já que estou aqui de novo ouvindo músicas que me fazem lembrar você e escrevendo o que era pra ser desde o início um texto de feliz aniversário; mas parece que eu falhei neste último. O único problema de toda essa história é que eu não sei o que esperar como resposta. Quer dizer, não sei nem se devo esperar alguma coisa como resposta, afinal, tenho medo de que minha mente, sempre muito criativa, tenha apenas me implantado algumas várias impressões de você que no final das contas não são reais e então eu me pergunto: "o que fazer?" O que fazer se de repente você simplesmente me ignorar pelo resto da nossa inevitável convivência? Se você me disser que não tem como fazer nada por mim e me pedir pra esquecer - sem saber que isso eu já tentei fazer por uma centena de vezes? O que fazer se por fim você me olhar, der aquele seu meio sorriso que tanto me fez suspirar, segurar minha mão e disser que não via a hora de eu abrir o jogo pra poder finalmente me dar um abraço como aquele com que eu tanto sonhei?

Bom, quanto a esta última, basta-me dormir pra conseguir a resposta.




"E podia estar tudo agora dando errado pra mim
Mas com você dá certo"

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Feel the sunlight

É engraçado como, depois de tanto tempo carregando nas costas uma carga emocional tão insuportavelmente pesada, eu me vejo agora sentado em um banco no corredor, ouvindo músicas que me trazem a mente cenas de por-do-sol na praia, e tenho meus ombros completamente relaxados. É como se por um breve momento eu conseguisse emergir de um mar que por meses me afogava a minha cabeça sem fôlego. E agora eu consigo respirar. E não só consigo respirar como me sinto respirar: e essa sensação é incrivelmente relaxante. E relaxar é exatamente o que eu estava precisando fazer.


Sinto vontade de simplesmente fechar os olhos e sentir a vida. Sentí-la como nunca antes eu me retive a fazer. Sentí-la apenas por sentir. Sem objeções, sem aversões ou oposições. Tenho vontade de deixar-me fluir. Tal qual uma certa nuvem que eu consigo observar exatamente agora, fluindo solitária; mas fluindo. Tal qual o meu sorriso que timidamente insiste em se desenhar em meu rosto mesmo sabendo que eu não gosto dele. Mas como eu disse antes, não é hora para objeções. Vou ficar, portanto, por aqui. Ou por ali, não sei. Vou observar o movimento das sobras, e ouvir o barulho do vento enquanto flui. É. Flui. Simplesmente, flui. Assim como o meu sorriso teimoso.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Descoberta do Amor

trecho do texto A Descoberta do Amor, por Thomas Victor Maciel.

[...]

Sabe quando se perde um amor? Será mesmo que sabia eu o que era perder um amor? Mas me parecia tão simples. Não, não era. Perder um amor não é como perder um pé de meia ou o caminho de casa. Bom, isso eu já sabia, mas ainda me martelava a pergunta-chave: o que era perder um amor? Recostei-me a um banco qualquer por onde estava e pus-me a pensar, a imaginar, a lembrar. A solidão bafejou suavemente em meu peito. Lembranças. Lembranças do que não tive, e ainda sob a deplorável condição de não ter, havia perdido. Era esta a pior parte. Diferente de perder o já se possui, perder o que não se possui tem um sabor extra de amargor, afinal, quem perde o que já tinha, pelo menos pôde usufruir disto, e desta forma, ser feliz em suas boas lembranças. Mas tristes aqueles que perdem o que nem mesmo chegaram a ganhar. Duas tristezas: a de deixar de conseguir e a de perder o que ganharia. Mas o que ganharia? Amor. Amor?

Sabe quando se perde um amor? 

[...]

dedicado à Tarsila Vieceli,
que conseguiu me convencer de que realmente gostou do texto : )