quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Let me try again

Já não consigo mais. Não sozinho. Logo eu, que por tanto tempo resisti, que me convenci que não precisaria de ajuda, que conseguiria assim, desse jeito, sozinho. Agora vejo que não é bem assim que funciona, e por não ter o costume te ter a tal ajuda, estou jogado à boa vontade do destino. Eu só espero que ele seja bom comigo e que nas suas intenções estejam incluídos os meus desejos e que no final de tudo eu possa, de fato, olhar pra trás e dar uma risada de satisfação - e de alívio, claro. Preciso encontrar um jeito de desfazer o que levei a vida inteira moldando. Preciso mudar algumas atitudes e rever alguns conceitos. Preciso me arriscar mais e de forma responsável - mais ou menos aquela coisa do medo de tentar. Preciso me abrir mais, me entregar mais às pessoas, e quem sabe dessa forma elas façam o mesmo comigo e eu possa ajudá-las. E eu possa ser ajudado. É difícil descobrir que preciso de ajuda e não fazer a menor idéia de como posso conseguí-la. Isso porque eu vivo agora um mundo novo. Um mundo no qual cada passo pode me levar direto pro fundo de um abismo; abismos são escuros e eu gosto demais do frio pra gostar também do escuro. Queria poder gritar à plenos pulmões que no no fundo do meu abismo tem uma mola, mas é um mundo novo, afinal; nem mesmo do meu próprio abismo eu sei o conteúdo.

Mas eu espero que as coisas mudem. Se estou pronto pra esse novo que eu tanto desejo, eu já não sei, mas me cansei do novo que vivo agora. Preciso de um novo mais novo. Sempre fui assim, porque mudaria agora? Não seria má idéia um novo lugar onde ninguém me conhecesse. Onde eu poderia construir um novo eu, um novo Thomas. Um outro novo Thomas, porque o que eu construi esse ano, apesar de bem arquitetado, está cheio de problemas que foram sendo deixados e sendo levados. Pois que eu mude. E que dessa vez eu consiga mudar praquilo que eu desejo ser, de fato. Praquilo que eu preciso ser. Acredito que assim tudo ficará melhor. Meu mundo ficará melhor. E definitivamente eu ficarei melhor. Mas pra isso, preciso descansar. Preciso do abraço dos meus amigos, do conforto da minha família e quem sabe do dedicação de novos amores. Que venham, pois, as férias.

Um comentário:

Eduardo Poulain disse...

O maior passo é admitir, o segundo maior é tentar mudar...

''Preciso me abrir mais, me entregar mais às pessoas.'' O bem mais valioso que temos são as pessoas, acumular pessoas, ser realmente egoísta em relação a isso. A aprendizagem, alegrias, conviver com a diferença e ser o lado bom de cada nova pessoa.

''Não seria má idéia um novo lugar onde ninguém me conhecesse. Onde eu poderia construir um novo eu, um novo Thomas.''

Acho que essa não seja a melhor saída, fugir não é a unica alternativa... E se cada vez que algo der errado, você fugisse... Quem seria você agora? Quantos Thomas seriam inventados? A verdade, é que existe um Thomas gritando no teu peito pra sair, esse sim é o Thomas que sempre esteve contigo... Não um Thomas inventado em casa situação que lhe convém.