segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Let's try to do it happy!

O que é preciso pra fazer um dia feliz?

Ele andava sem rumo. Os pensamentos fervilhavam em sua cabeça já repleta de sonhos. Ele procurava o vento. Ele procurava o frio; gostava do frio. Melhor do que isso, ele procurava o vento frio. este último, o frio, expandia tudo o que ele sentia. Maximizava o que lhe abatia, e, dessa maneira, ficava tudo mais visível. E então vinha o vento e fazia o seu papel: levar tudo isso embora.  Para o mais distante possível, ou o mais perto possível, desde que levasse. Desde que esvaziasse . Desde que tornasse verdadeiro o vazio que o preenchia.

O frio lhe causava arrepios. Arrepios são bons, pensava ele. São únicos. Outra vez ele pisou em uma formiga. E aquilo lhe causou um arrepio. Fora tão repentino e tão assustadoramente bom. Contudo, continuava viva, a formiga. Estrebuchava-se de dor, mas ainda viva. Tão pequenina, coitada. A dor transcendia seu corpinho seco. E aquele debater-se causou no menino outro arrepio. Dessa vez, mais intenso, mais frio. Ele tinha descoberto pois, a maravilha de um calafrio. Tinha descoberto toda a bondade de um arrepio frio. E a partir de então, pisava em formigas. Não queria as suas mortes, por isso, pisava de levinho. Pisava-nas com carinho. Ele só queria o melhor que elas podiam lhe dar. Ele só queria os seus calafrios. Seriam os calafrios as almas das formigas? Ou só seriam suas dores que transcendiam a secura suja de seus corpos. Pisava em cada uma que encontrava, mas estas pareciam mais fortes, pareciam nem sentir dor. Debatiam-se? Sim; até mais do que as outras, mas o arrepio não vinha. A dor não parecia ser suficiente.

E nunca mais ele sentiu um arrepio. Nunca mais até apaixonar-se por alguém. Apaixonar-se de tal maneira...E ver a distância desse amor lhe causava tanta dor. Uma dor capaz de transcender seu corpo e... e então veio o calafrio. O mais intenso e magnífico calafrio. E ele sorriu. Seu dia seria então feliz!

5 comentários:

Alana Schueroff disse...

sempre elogiarei *---* eu amo os post's de vocês x3 parabéns! calafrios são sempre bem-vindos.

Thiago disse...

pessoas que pisam em formigas podem nao o fazer de proposito, apenas estao despreocupadas, seguindo seu caminho por ai... =D
contudo, nada justifica... na visao da formiga, pessoas com a habilidade de pisar nelas deveriam ser proibidas de andar...

e seria no minimo justo o contrario acontecer, mesmo que uma vez... ja seria o suficiente, valeria de lição... uma liçao dolorosa, mas ironica e morbidamente feliz... uma vez na vida, sentir-se destroçado por atitudes despretenciosas de alguem que nao se escolhe, e retomar na mente quantas vezes nao fizera o mesmo a tantas outras... quem diria que isso poderia ser bom hahaha

meu, tu escreve absurdamente bem *-*
parabens mesmo :)

Dag. disse...

Ora, quero meu calafrio e meu diz feliz pela dor de amar a distancia! O ultimo já o faço e cadê meus brindes? HUMPF rs


Love ya bby.

Deia disse...

Como eu já havia dito, vc escreve muito bem. Merece um livro! Mas dias frios, dor de amor e calafrios são meio tristes. Mas gostei muito! Saudades demasiadas...bjs!

Eduardo Poulain disse...

É fácil gostar do frio, quando dentro nada mais bate. É fácil estar frio, quando se tem gelo no peito. Acontece que o gelo é colocado por mãos alheias. Eu não queria que o rosado das minhas bochechas tivesse dado lugar à outra cor qualquer, se é que há cor. Tão mais fácil do que se manter frio, é distribuir gelo em corações alheios, destruindo-os também. A suposta vingança tem gosto bom, e logo você toma o lugar do vilão. O coração precisa respirar, nunca desistir.